A Terceira Margem do Reno,

Ep 3. É um blues em preto e branco

A tristeza de Charles Baudelaire e Moacyr Scliar, a melancolia por Sigmund Freud, a Terra Sem Males dos Apapocúva-Guarani, os refúgios de Dénètem Touam Bona e May Ayim

07dez2022

Está no ar o terceiro episódio de A Terceira Margem do Reno, o podcast de literatura em língua francesa e alemã, feito em correalização pelas unidades do Rio de Janeiro e de São Paulo do Goethe-Institut, pela BiblioMaison e o Escritório do Livro da Embaixada da França no Brasil e pela Associação Quatro Cinco Um.

Ouça o episódio:

Composto por nove episódios publicados quinzenalmente, o podcast narrado por Paulo Werneck, diretor de redação da Quatro Cinco Um, e Paula Carvalho, editora de podcasts da revista dos livros, trata da literatura em língua francesa e alemã e suas pontes com o Brasil. O episódio conta com participações de Marcelo Ariel, Vinicius Farjalla, Maria Rita Kehl e Jess Oliveira.

Partimos de um dos rios mais importantes da Europa: o Reno, que faz fronteira com a Alemanha e a França, para tratar de temas importantes para o mundo e a literatura. O rio é um ser sem fronteiras, e por isso não vamos nos limitar a elas. Aqui, autores clássicos convivem com os mais contemporâneos, e a única pátria é a língua, a alemã e a francesa, não importando as fronteiras dos Estados nacionais. 

Inspirado pelo título do conto “A terceira margem do rio”, de João Guimarães Rosa, publicado no livro Primeiras estórias, de 1962 (hoje no catálogo da editora Global), o podcast é guiado pela pergunta: onde será que fica A Terceira Margem do Reno? Para além das fronteiras nacionais, temporais e geográficas? Poderia estar na literatura? 

Neste episódio, vamos tratar de como a tristeza melancólica escorre pelas páginas da literatura em língua alemã e francesa. Primeiro, vamos seguir Charles Baudelaire em suas caminhadas pelas ruas de Paris, que passava então por modificações intensas na paisagem. Em seguida, descobrimos como a melancolia foi vista pelos olhos de Sigmund Freud, o pai da psicanálise, e como o autor gaúcho Moacyr Scliar traçou o percurso desse sentimento no Brasil no livro Saturno nos trópicos. Ainda conheceremos a descrição da Terra sem Males dos Apapocúva-Guarani feita pelo alemão Curt Nimuendajú, e de que modo ela se relaciona com as Cosmopoéticas do refúgio, de Dénètem Touam Bona, francês cujos pais nasceram na República Centro-Africana. E finalizaremos com a poesia abissal de May Ayim, alemã de origem ganesa, e a sua busca por uma sensação de pertencimento.

A perda de uma cidade

Quando retornou a Paris, depois de um exílio de doze anos em Londres, Napoleão 3º, que era sobrinho e herdeiro de Napoleão Bonaparte, ficou bem frustrado: lá, encontrou a velha cidade medieval, com bairros sombrios, de construções decadentes e ruas labirínticas, que era bem diferente de Londres. Na capital inglesa, havia os grandes parques, os jardins, as avenidas largas e arborizadas. Sem falar no excelente sistema de esgoto, que prevenia os surtos de doenças que matavam milhares de pessoas regularmente em Paris. Era preciso mudar.


Mapa de Paris de 1853 indicando as ruas recém-inauguradas e as que estavam em construção seguindo os planos de modernização feitos pelo barão de Haussmann [Paniconografia por Firmin Gillot/Gravura de F. Delamare/Brown University Library/Wikimedia Commons]

Para isso, Napoleão 3º, uma vez imperador, contratou o barão de Haussmann, que tocou, a partir de 1853, a maior reforma urbana de que se tinha notícia até ali. A missão declarada era escancarar Paris, arejá-la, como quem abre janelas. Era preciso também ornar a cidade com o que havia de mais requintado. E construir um sistema de esgoto digno. Para isso, Haussmann demoliu algo em torno de 12 mil construções para rasgar os grandes bulevares que hoje fazem a fama de Paris. 


Pessoas vendo eclipse na Praça da Bastilha, em Paris, em foto de 1912 de Eugène Atget [Metropolitan Museum of Art/Wikimedia Commons]

Mesmo depois de Haussmann ser destituído do cargo, as reformas continuaram. E marcaram gerações de escritores. Um deles foi Charles Baudelaire, o grande flâneur de Paris, o poeta sempre em busca da miséria e do esplendor da metrópole, o precursor das andanças do fotógrafo Eugène Atget, que também era um outro grande melancólico.

Um dos poemas mais emblemáticos de Baudelaire se chama “O cisne”, presente na seção “Quadros Parisienses” de As flores do mal. Ele é dividido em duas seções, a primeira com sete estrofes, a segunda, com seis, e inaugura uma série de procedimentos poéticos que marcaram a literatura moderna, como a justaposição entre o mito clássico e a realidade sórdida contemporânea. 

Mas o âmago emocional do poema se relaciona com aquelas reformas de Paris, com o desaparecimento da cidade velha. A substância de “O cisne” está na melancolia trazida por essa perda.

Seu roteiro é simples: Baudelaire está caminhando por Paris, como sempre fazia, com as roupas remendadas, pedindo dinheiro emprestado para os amigos, como o pintor Édouard Manet, até que passa por um trecho do centro da cidade — a praça do Carrossel — que ele conhecia bem e havia sido reformado. O poema mostra como a melancolia em Baudelaire guarda certos segredos: o melancólico é uma testemunha — o visionário das coisas desaparecidas.

Em 2021, foram celebrados os duzentos anos de nascimento do poeta. Para relembrar essa data, pedimos que o tradutor Júlio Castañon Guimarães interpretasse os males de Baudelaire e o jornalista Lucas Neves tratasse das influências baudelairianas no Brasil

Melancolia psicanalítica

A psicanálise vai despir o melancólico dessa aura visionária, substituindo esses conflitos sutis do espírito pela observação fria das demandas do ego. No texto clássico “Luto e melancolia”, de 1917, Sigmund Freud distingue um sentimento do outro. Para ele, o luto e a melancolia compartilham uma descrição quase idêntica. O ensaio pode ser lido, com tradução de Marilene Carone, no Jornal de Psicanálise


Sigmund Freud em serigrafia de Andy Warhol [Nova York, Whitney Museum of American Art]

A linguagem descritiva da psicanálise já nos distancia do melancólico visionário de Baudelaire, mas há uma relação essencial. Para Freud, a melancolia, como o luto, se relaciona a uma perda; só que neste a perda tem um objeto claro, do qual, aos poucos, o sujeito vai se desligando, impelido pelo que o autor chama de “a soma das satisfações narcísicas”, o impulso vital. Já na melancolia, não existe necessariamente um objeto claro. É uma perda, diz Freud, “de natureza mais ideal”.

Apesar disso, o fato é que a psicanálise opera um desencantamento da melancolia, que, no século 20, dá lugar à depressão. Desaparece aquela aura sensitiva, e o que se destaca agora são o jogo da economia narcísica, os conflitos entre ego, mãe e mundo, como comenta a psicanalista Maria Rita Kehl, que escreveu o artigo “A melancolia em Walter Benjamin e em Freud” e é uma das convidadas do podcast. O artigo pode ser lido neste link. Apesar dessa mudança no discurso sobre o melancólico, o fato é que a psicanálise oferece muitas chaves de leitura instigantes sobre, por exemplo, a psicologia da composição artística. 

Freud foi capa da edição 42 da Quatro Cinco Um, com textos de Maria Rita Kehl e Christian Dunker. Em outras edições, Kelvin Falcão Klein também escreveu sobre o livro Cultura, sociedade, religião: o mal-estar na cultura e outros ensaios; Janaina Namba escreveu sobre O chiste e sua relação com o inconsciente; e Fabiane Secches comenta o livro Bate-se numa criança, coescrito pelo psicanalista e a filha dele, Anna Freud.

Melancolia brasileira

A melancolia brasileira já havia sido percebida pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss no próprio título do seu famoso Tristes trópicos, mas foi no livro Saturno nos trópicos, publicado pela Companhia das Letras, que um autor do país traçou com mais precisão o percurso desse sentimento por aqui. O gaúcho Moacyr Scliar se dedica, na segunda parte da obra, a investigar as pegadas da melancolia em terras brasileiras.


O clássico estudo de Paulo Prado, Retrato do Brasil

Seu ponto de partida é o clássico estudo de Paulo Prado, Retrato do Brasil. O autor pertencia a uma das famílias mais ricas do estado de São Paulo, com ramificações no café, na indústria e no sistema financeiro. Ele se dedicou aos negócios familiares, mas também tinha pretensões intelectuais. Na condição de mecenas, foi um dos responsáveis pela Semana de Arte Moderna, de 1922. Seu livro, publicado em 1928, tem o grande mérito de inaugurar uma linhagem de grandes ensaios que buscam interpretar o país. 

Essa tradição de ensaios sobre o Brasil que atravessa o século 20 nasceu, curiosamente, sob o signo da melancolia: o subtítulo de Retrato do Brasil é justamente “ensaio sobre a tristeza brasileira”. O autor associa o atraso nacional ao abatimento espiritual do brasileiro, resultado do encontro das famosas três raças tristes: os portugueses, os negros e os indígenas. E Scliar chega a comparar as teses de Paulo Prado a certos estereótipos do clássico Macunaíma, de Mário de Andrade. 

Terra Sem Mal

Nos primeiros anos do século 20, um jovem etnógrafo alemão, Curt Unkel, foi quem primeiro trouxe notícias de um dos grandes mitos melancólicos do povo guarani: o da Terra Sem Mal, um mundo que lembra a ideia de um Paraíso em que as flecham caçam sozinhas, o alimento é farto e fácil e onde não há guerra, nem morte, nem doença. 

Segundo depoimentos de familiares, na infância, Curt Unkel demonstrava uma verdadeira fascinação por indígenas e mapas. Aos vinte anos, sem formação acadêmica e talvez influenciado pelo imaginário da aventura, decidiu partir para o Brasil, onde acreditava que encontraria territórios e povos desconhecidos do homem branco, ao contrário do Oeste americano. O jovem alemão foi parar em São Paulo, em 1903. Entre 1905 e 1907, viveu com os Apapocúva-Guarani, no interior do estado paulista. 


Em 1914, o etnógrafo alemão Curt Unkelcomo, com o nome adotado Curt Nimuendajú, publicou As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapocúva-Guarani

Nessa experiência, em que pôs à prova as fantasias das histórias românticas sobre os indígenas, aprendeu o idioma guarani, foi adotado pelo grupo e recebeu o nome "Nimuendajú", que significa “aquele que fez sua morada”. Anos depois, em 1914, já como Curt Nimuendajú, publicou As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapocúva-Guarani. É nessa obra que menciona os relatos que recebeu em primeira mão sobre a mítica Terra Sem Mal, propondo uma explicação religiosa para as grandes migrações guarani.

Várias das obras do etnógrafo podem ser acessadas gratuitamente na Biblioteca Digital Curt Nimuendajú, inclusive As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapocúva-Guarani, lançado pela Edusp/Hucitec, com tradução de Charlotte Emmerich e Eduardo Viveiros de Castro.

O artigo “A aventura etnográfica de Curt Nimuendajú”, de Elena Welper, publicado na revista Tellus, em 2013, foi um dos textos usados para compor este episódio e pode ser baixado aqui.


O romance A morte e o meteoro, do mato-grossense Joca Reiners Terron, ecoa o anseio coletivo guarani por libertação de uma existência marcada pela opressão e pelo genocídio

É irresistível associar a Terra Sem Mal a um anseio coletivo guarani por libertação de uma existência marcada pela opressão e pelo genocídio. Recentemente, o mito encontrou eco, por exemplo, no romance A morte e o meteoro, do mato-grossense Joca Reiners Terron, lançado em 2019, pela editora Todavia. O livro é uma aventura distópica envolvendo a destruição da Amazônia, e o grupo fictício que no enredo está em vias de extinção se refere aos brancos como “o Grande Mal”, numa clara referência à Terra Sem Mal. 

Em busca de um refúgio

É possível aproximar o imaginário em torno da Terra Sem Mal também à obra Cosmopoéticas do refúgio, de Dénètem Touam Bona, lançada pela editora Cultura e Barbárie, com tradução de Milena P. Duchiade. Ele é um jovem escritor nascido em Paris, filho de pais oriundos da República Centro-Africana, e o livro traz alguns ensaios sobre as formas de resistência à opressão e à tristeza na modernidade, em que a poesia, a narrativa e a arte surgem como formas essenciais de resistir.


É possível aproximar o imaginário em torno da Terra Sem Mal também à obra Cosmopoéticas do refúgio, de Dénètem Touam Bona

Em um horizonte contemporâneo em que se vislumbram clarões apocalípticos, Touam Bona tem explorado o tema do “refúgio”, estudando métodos de sobrevivência, tanto física quanto espiritual, tomando como referência as experiências de fuga dos escravizados, fenômeno agrupado em seus livros sob o nome comum de "marronagem", que, no Brasil, tomou forma na resistência dos quilombos. Historicamente, a marronagem é a face combativa do banzo, a melancolia negra, a nostalgia da terra-mãe.

O poeta Ricardo Aleixo escreveu sobre esse livro na edição 42 da Quatro Cinco Um: “No texto que abre o livro, intitulado ‘Prelúdio’, Touam Bona descreve a ‘poesia como celebração da terra, celebração do céu, celebração do cosmos’, um ‘grande Sim à vida” que ‘nos obriga a dizer Não’, a ‘dar testemunho do intolerável, do imundo, da destruição do mundo: quer se trate da sexta extinção em massa das espécies vivas ou da sinistra agonia do direito de sítio’. O autor nos conta, com ênfase raramente encontrável nos e nas poetas e intelectuais que têm atuado neste Brasil contemporâneo da emergência dos fascismos e da naturalização do racismo, que, para ‘além de sua dimensão crítica’, os ensaios reunidos em Cosmopoéticas do refúgio ‘buscam reabilitar as potências do sonho e da poesia’ — sonho e poesia, para ele, constituiriam uma ‘inteligência do sensível que retesa o arco-íris do possível’”.

Olhando para o abismo

Os poemas de May Ayim são espaço de refúgio, mas também de combate. Ela nasceu em Hamburgo, em 1960. Era filha de uma estudante alemã e de um estudante de medicina, oriundo de Gana. Ao nascer, foi batizada como Sylvia Andler, com o sobrenome materno. Mas não cresceu com os pais, sendo adotada por uma família que lhe deu o nome de May Opitz. Mais tarde, já adulta, quando visitou Gana e reencontrou o pai, Emmanuel Ayim, passou a usar o sobrenome paterno e a assinar May Ayim. 

Essas mudanças no nome são bem emblemáticas dos conflitos de identidade da poeta, uma mulher negra crescendo em uma Alemanha que tendia a ignorar essa presença na história do país, inclusive na memória dos empreendimentos coloniais alemães em terras africanas. Nesse cenário, May Ayim será uma voz de transformação, lutando pelo reconhecimento da identidade negra no país.

Ayim, de certa forma, inaugurou esse horizonte ao se formar em psicologia e pedagogia na Universidade de Regensburg, onde escreveu o primeiro estudo acadêmico sobre a presença negra na Alemanha, investigando fontes que remontavam à Idade Média. Ela atuou junto a grupos de ativistas negras, buscando pensar a identidade negra na Alemanha, tendo encontrado, inclusive, Audre Lorde em sua visita ao país. 


Blues in schwarz weiss, de May Ayim, é uma coleção de poemas que se insere numa tradição afrodiaspórica, que procura a reconexão com uma ancestralidade interrompida e também a fundação de um novo lugar

Essa busca se expande da produção acadêmica e do ativismo político para a produção poética com a publicação do livro Blues in schwarz weiss (Blues em preto e branco), em meados dos anos 80. Esse volume é uma coleção de poemas que se insere numa tradição afrodiaspórica, que procura por um lado a reconexão com uma ancestralidade interrompida, mas também a fundação de um novo lugar. Esse projeto não deixa de ter seus tons dolorosos, oscilando entre uma comunidade a ser descoberta e celebrada e o sentimento de desterro, que traz para a poesia de Ayim uma certa melancolia. 


Você é afro-alemã?: poemas de May Ayim, “fanzine” traduzido e publicado por Jess Oliveira

No Brasil, a poesia dela tem sido estudada e traduzida pela pesquisadora Jess Oliveira. Seu mestrado, defendido na Universidade Federal de Santa Catarina, foi sobre a autora alemã, e ela continua essa pesquisa na Universidade Federal da Bahia. Também traduziu e publicou por conta própria o livro Você é afro-alemã?: poemas de May Ayim, que a própria Jess chama de “fanzine”. É uma edição bilíngue, em português e alemão. Hoje em dia, Oliveira tem muitas questões com o termo "afro-alemã", tanto que não o usa mais.

Em janeiro de 1996, May Ayim sofreu um colapso e foi diagnosticada com esclerose múltipla. Nos meses seguintes, lutou contra a depressão, que reverberou em sua poesia. Em 9 de agosto desse mesmo ano, ela se jogou do 13º andar de um prédio e morreu, dessa forma trágica, aos 36 anos.

É possível alugar on-line o documentário Hoffnung im Herz/Hope in My Heart/Esperança no coração (1997), filme póstumo de 28 minutos de Maria Binder sobre parte da vida da e obra de May Ayim. 

May Ayim: Hoffnung im Herz / Hope In My Heart / Esperança No Coração from Audre Lorde in Berlin on Vimeo.

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A Terceira Margem do Reno é um podcast feito em correalização pelas unidades do Rio de Janeiro e de São Paulo do Goethe-Institut, pela BiblioMaison e o Escritório do Livro da Embaixada da França no Brasil e pela Associação Quatro Cinco Um.
Direção geral: Paulo Werneck
Roteiro: Odorico Leal
Coordenação geral e tratamento do roteiro: Paula Carvalho
Produção: Ashiley Calvo, com apoio de Mariana Shiraiwa
Edição, sonorização, trilha sonora, finalização e mixagem: André Whoong
Direção de locução: Tiê
Arte: J. Miguel
Coordenação digital: Rádio Novelo, com Juliana Jaeger e FêCris Vasconcellos
Distribuição: Rádio Novelo
Gravado com o apoio técnico do estúdio Rosa Flamingo.
Na ordem, foram lidos trechos das seguintes obras: “A terceira margem do rio”, de João Guimarães Rosa, que faz parte do livro Primeiras estórias, que saiu pela editora Global; “O cisne”, de Charles Baudelaire, presente em As flores do mal, publicado pela Companhia das Letras e traduzido por Júlio Castañon Guimarães; “Luto e melancolia”, de Sigmund Freud, publicado no Jornal de Psicanálise, em junho de 2016, com tradução do original alemão de Marilene Carone; o poema “Ao leitor”, que abre As flores do mal, na tradução anteriormente citada; Saturno nos trópicos, de Moacyr Scliar, editado pela Companhia das Letras; “A aventura etnográfica de Curt Nimuendajú”, de Elena Welper, publicado na revista Tellus, em 2013; Cosmopoéticas do refúgio, de Dénètem Touam Bona, lançado pela editora Cultura e Barbárie, com tradução de Milena P. Duchiade; “Blues em preto e branco”, “Afro-alemã 1” e “Monólogo preto e branco”, presentes em Você é afro-alemã?: poemas de May Ayim, com edição e tradução de Jess Oliveira; e o poema “Despedida”, de May Ayim, traduzido por Odorico Leal a partir da versão em inglês feita por Dagmar Schultz.